Villa Theatro
Hotelaria | Braga 2022
O projeto nasceu da reabilitação de um edifício histórico do início do século XX, localizado no centro de Braga. Originalmente projetado pelo arquiteto Moura Coutinho para acolher a "Padaria Nacional" no piso térreo e, nos pisos superiores, escritórios e habitações, o edifício sofreu várias alterações ao longo das décadas, perdendo parte da sua traça original.
Com uma localização privilegiada, entre o património arquitetónico da cidade e a sua vibrante vida cultural, revelou-se o lugar ideal para um novo modelo de turismo urbano com forte ligação à memória do lugar. O Villa Theatro renasce como um projeto de turismo contemporâneo, composto por nove apartamentos turísticos únicos, apoiados por zonas comuns e comércio no piso térreo — uma resposta à crescente procura por experiências de estadia autênticas, no coração da cidade.
Projeto: Hotel
Cliente: Villa Theatro
Ano de Conclusão: 2022
Área de Construção: 960 m2
Localização: Braga, Portugal
Arquitetura: Susana Leite e Luís Barbosa
Construção: Invenio
Engenharia: Encep (Estruturas), E3E (Mecânicas), Speed of Light (Electricidade / ITED), Engª Luisa Miguel (Hidráulicas) Amplitude (Acústica), Exactusensu (Seg. Contra Incêndio)
Design de Interiores: Arquitectos Aliados, Lda. / Susana Leite
Fotografia: Ivo Tavares Studio

Transformar um edifício centenário numa nova vivência urbana foi um desafio profundamente inspirador para os Arquitectos Aliados – um projeto que partiu do respeito pelo passado e se abriu ao presente com elegância e funcionalidade.
ARQUITECTOS ALIADOS
Procurement
O atelier Arquitectos Aliados esteve envolvido desde o início no estudo de viabilidade da operação, participando na definição do programa e no reposicionamento funcional do imóvel, com o objetivo de conciliar a preservação da identidade arquitetónica com um modelo sustentável de exploração turística.
Conceito
O Villa Theatro é um projeto pensado a partir da ideia de valorização do património, da memória urbana e da experiência do habitante temporário.
Cada apartamento foi desenhado de forma singular, refletindo a individualidade dos espaços originais e a sua adaptação aos novos usos. A proposta assume uma atitude contemporânea e urbana, com atenção ao detalhe, à luz e à vivência dos materiais. O edifício propõe-se como um novo ponto de encontro entre tradição e contemporaneidade no centro histórico de Braga.

Arquitectura
A intervenção arquitetónica consistiu na reabilitação integral do edifício, incluindo a reorganização do núcleo de circulação vertical, a introdução de um elevador (inexistente no projeto original) e a redefinição das áreas comuns. A nova configuração preserva a leitura histórica da fachada principal e posterior — ambas marcadas por elementos decorativos de influência francesa — enquanto moderniza o seu interior de forma funcional e harmoniosa.
O Villa Theatro destaca-se pelo equilíbrio entre herança e contemporaneidade, contribuindo para a regeneração do centro urbano de Braga.
DESIGN INTERIORES
O design de interiores reflete o espírito do projeto: espaços com identidade, conforto e autenticidade. Cada unidade apresenta uma combinação distinta de peças desenhadas à medida, iluminação cuidada, obras de arte e mobiliário selecionado, criando atmosferas que dialogam com a história do edifício.
A paleta de materiais inclui betão aparente, madeira, tijolo maciço e rebocos de cal, evocando o carácter original do edifício numa linguagem acolhedora e atual.
A diversidade de tipologias — com sete dos nove apartamentos totalmente distintos — traduz uma abordagem personalizada, em que cada espaço conta a sua própria história.
DESIGN EXTERIORES
A intervenção exterior preservou integralmente a fachada principal — da simetria dos pisos superiores à emblemática bow-window e ao friso com figuras aladas — revalorizando os seus elementos arquitetónicos com uma nova paleta contemporânea: mostarda, branco marfim e creme.
A fachada posterior, igualmente simétrica, prolonga esta abordagem e reforça a integração no contexto urbano. A cobertura, antes em telha marselhesa, foi substituída por zinco camarinha, integrando com elegância os equipamentos técnicos.
O projeto foi amplamente reconhecido e divulgado na impressa nacional e internacional.
Monocle
Housed in a former electrical components factory close to Porto’s Campanhã Station, Mouco is a smart renovation by Porto-based practice Arquitectos Aliados. The hotel, which offers 62 rooms and suites, is characterised by a restrained natural palette of concrete, lime mortar, wood and brick, which helps to create a warm, soothing environment. Meanwhile, a garden, pool and outdoor seating bring in elements of the outside(…)
The Guardian
Singing a new tune by combining a 62-bedroom hotel with a concert hall and cultural space, M.Ou.Co. is set to be a lively new addition to Porto’s Bonfim neighbourhood. As well as an outdoor pool and alfresco dining, this converted warehouse has a music library of more than 600 vinyl records, and guitars, keyboards and turntables to borrow; music lessons are available too. Rooms are named after songs, come with sound systems and amps with headphones, and even the spa offers physio specifically for musicians.
Londoist
A oferta de alojamentos no Airbnb na cidade é excelente; consegue-se encontrar um apartamento central e confortável (por exemplo, na Baixa ou no Bolhão) a um preço razoável, especialmente se estiveres a viajar com outras pessoas. Para quem quiser investir um pouco mais, há opções como o musical Hotel Mouco, onde podes ouvir discos e tocar instrumentos, e o The Yeatman, com uma piscina exterior e vistas deslumbrantes.
Time Life
Assim que entras no M.Ou.Co., sentes imediatamente uma atmosfera descontraída, quase como se fosse um clube exclusivo, mas sem qualquer atitude pretensiosa. A música está no coração de tudo aqui e, desde o momento em que fazes o check-in, és recebido com música, uma receção com um painel de capas de vinil onde os hóspedes podem escolher os seus cinco vinis para levar para os seus quartos, com a opção de também levar instrumentos musicais.
Revista Attitude
Ao atravessar o amplo átrio do M.Ou.Co. – que traduz bem a sua aspiração enquanto “uma porta aberta à cidade do Porto” –, é fácil antever que, para lá da fachada deste antigo armazém no Bonfim (que mantém o seu desenho original), nos espera uma experiência diferenciadora. O ponto de partida? A vontade de conjugar sob o mesmo tecto, de forma integrada e responsável, o turismo, a cultura e a comunidade portuense, fazendo da música o veículo agregador.
Público
“A ideia era essa. [Queríamos] que as pessoas entrassem em contacto directo com a música. [Não pretendíamos que o hotel] fosse aquele mundo aparte com dois programas autónomos, mas que os dois programas se fundissem.” (Susana Leite)
À conversa com os arquitectos Susana Leite e Luís Barbosa, do atelier Arquitectos Aliados, procuramos explorar a missão da arquitectura e do papel do arquitecto, os processos e as referências de trabalho, através do M.Ou.Co. Hotel.
Time Out
O conceito do Hotel focou-se no “Turismo Criativo”, onde a música surge como elemento chave. Destinado a aficionados de música, investigadores ou outros profissionais da área, que procurem estadias breves. Desde a ideia inicial até ao conceito final, o desafio do M.Ou.Co. foi perceber como é que um projeto cultural poderia resultar numa combinação harmoniosa, estimulante e sustentável entre música, comunidade e turismo.
Evasões
No lugar outrora ocupado por uma fábrica de geradores, está agora uma estrutura imponente, de cor alaranjada e traços minimalistas, com esplanada, jardins e piscina de água salgada. Betão e madeira surgem combinados com plantas naturais e apontamentos em pele, a acusar uma certa influência nórdica. O que une os diferentes espaços é essa estética entre o orgânico e o industrial, mas, sobretudo, a música.